30 de novembro de 2004

TEMPUS
fugit.
Bem o tento repreender. Mas ele insiste com a estreiteza das 24 horas. Bem me posso cansar a lembrar a necessidade de escrever no blogue...
Nada: o seráfico permanece irredutivelmente apressado.

24 de novembro de 2004

VENDE-SE
Gripe em bom estado. Quase nova. Alto desempenho (1 pacote de lenços-hora) e com espírito de permanência.
Motivo: falta de tempo do proprietário para a entreter.

22 de novembro de 2004

diário

cansado. durante dez horas, assistir ao transformar do actor. o olhar de câmara e as convulsões internas do personagem. as subtilezas que se afinam. ser o chato, o que pede mais um take, enquanto a pessoa frente ao pano azul ignora as luzes, os microfones e o olho de vidro, e se imagina outro. cada palavra é espremida até que os seus vários sentidos escorram pela sala, nessas horas maior do que ela própria. transformada.
da universidade de turim chega-me a notícia que o "segura-te..." foi traduzido para a antiga língua, por vários estudantes. se fico contente? fico. pela partilha. só por ela. como quem faz - de alguma forma - novos amigos. vem-me à cabeça a figura das criaturas que andam pela net a alardear que descobriram erros e fragilidades no trabalho dos outros. ideia contrária à das traduções. vive mdo apoucar por razões claras e tristes. há crueldade divina no deixar que o fel cresça no coração de alguns. poderia existir lá um prado, se deixassem. mas o medo de si, o desprezo com que chamam em surdina o próprio nome, é mais forte.
de londres, e-mail de um antigo aluno, e amigo, por consequência. fala-me do país com o olhar de quem acaba de chegar e não se lembra bem onde deixou o guarda-chuva. fico contente de o saber em busca de mais conhecimento. um destes dias há-de escrever coisa maior. e não serei só eu a desejar-lhe uma aprendizagem frutuosa.
amanhã, oito horas de aulas. no meio, reuniões e trabalho extra. preparar tudo, antes de deitar.
cansado. e apesar disso vou gostar de acordar.

20 de novembro de 2004

SAMPAIO NÃO TEM CORAÇÃO

O ex-presidente de todos os portugueses negou à família Santana o seu gabinete de propaganda. "Que só ia dar 30 tachos", ainda argumentou o governo, "no estrangeiro chegam a ser 200 pessoas a trabalhar nisto". Mas não adiantou de nada.
Na região compreendida entre as primeiras vivendas do Estoril e as últimas da zona do Guincho houve hoje 30 vozes que gritaram para a cozinha: "Ó Mariiiaaa... Afinal já não vai ser lagôôoosta pró jantaree... Descongele lá a sopa do capitão Iglo ó lá o que é... ca fartura ficou adiada por mais uns diaasss... Caturreira!".
ANÚNCIO

A minha amiga Pascale quer abrir um local em Lisboa onde se possa beber um copo de bom vinho, ou um kir, e comer algumas das deliciosas entradas francesas que ela prepara, enquanto se fala do que der na bolha desse dia.
É um sonho-projecto à procura de parceiros.
Os interessados que deixem um papelito na nossa e-morada.
ANÚNCIOS
Vou começar a anunciar. Assim. Como se isto fosse uma venda simpática e os vizinhos deixassem papelinhos para que outros pudessem ver. Não se esqueçam que os meus vizinhos são vocês, os unidos pela língua e espalhados pelo mundo.
Segue já o primeiro :)
2 FRASES (que afinal eram mais)
No canal Memória, Agostinho da Silva ressuscita para nos lembrar que as verdades mais simples são as mais absolutas. E, consequentemente, as que nos parecem mais difíceis de alcançar. Sobre o sentido de humor disse apenas: "os portugueses tocam o pessimismo como quem toca guitarra".

O rei dos pessimistas, Vasco Pulido Valente, tem, por outro lado, uma frase optimista sobre o futuro desta coisa a que se consentiu chamar "Coligação" e de como o país se deverá livrar serenamente dela: ""A coligação precisa de ferver até ao fim no molho da sua própria miséria. Não vale a pena que ela acabe, se não for arrasada e, com ela, o bando que a imaginou e a seguiu".
INDEX

O Mário C. enviou-me este link. Afinal, como ele diz, "havia outros"...
Pelo menos, quando o "Tarzan" for proibido já saberemos onde é que as nossas luminárias foram buscar a ideia...

19 de novembro de 2004

ORELHAS MOUCAS

O ex-director de informação da RTP, José R. dos Santos lançou um novo livro. "A filha do capitão" (cito o título de memória...). Estou ansioso. Por saber o que reza a história. E mais ainda, QUANTO TEMPO levou a escrevê-la... Lembro que o seu último "romance" foi feito, segundo o autor, em 15 dias.
Trabalhar na RTP dá mesmo genica!
FREE SMOKE

Se dúvidas houvesse sobre o facto da nicotina provocar dependência bastaria ler a irritada crónica de Miguel S. Tavares, no "Público" de hoje, a propósito na lei que regula o consumo de tabaco em determinados locais públicos...
Numa coisa ele está certo a fiscalização da medida será longamente boicotada pelos milhares e milhares de viciados que deveriam zelar pela sua implementação.
Até que a coisa estabilize e ouçamos muitos dos que clamarão nos próximos tempos "Injustiça!" jurar que sempre foram contra o fumar em recintos fechados.
Haja paciência...!

18 de novembro de 2004

0, 6 %

é o orçamento para a Cultura, em 2005.
Vale a pena dizer mais alguma coisa?

17 de novembro de 2004

A LESTE NADA DE NOVO

Os comunistas que eu conheço são todos pessoas generosas. Acreditam na transformação do mundo em prol dos mais desfavorecidos, abominam a injustiça e não têm medo de meter as mãos ao trabalho.
Ora, pergunto eu: como é que pessoas inteligentes e sensíveis se podem rever no PCP? O PCP que alimenta e se alimenta da CGTP e de um corpo cada vez mais envelhecido e diminuto de militantes? Num um partido cego que se prepara para eleger uma figura anacrónica, tirada a ferros surpresos dos ESTEIROS?
Num momento em que o pior da Direita portuguesa se esfalfa para nos entregar a todos aos bichos, a esquerda dá tiros no pé ao som de música mais do que ultrapassadas...
Não vejo ninguém a propôr uma resistência consistente a esta onda de cretinismo santano-portista em que mergulhamos. De um lado, elegem-se "antifascistas", do outro, para as bandas do largo do Rato vejo sair (literalmente) o que em linguagem novecentista seriam "homens distintos" de sobretudo elegante e que entram em BMWs de cilindrada alta...
Não me surpreende nada que cada vez mais me cheguem e-mails distantes dos nossos melhores. Daqueles que tomaram consciência que Portugal só se pode construir fora das suas fronteiras.

16 de novembro de 2004

DA LAMÚRIA DO CINEMA

Pertenço à turma do Hitchcock no que se refere à verdadeira necessidade para fazer um bom filme. Segundo ele, são necessárias 3 coisas: "Argumento, argumento, argumento".
Contudo, para os que não concebem um filme sem o primado da imagem perfeita e ao mesmo tempo não conseguem seduzir os júris do ICAM, remeto para o texto que se segue. Uma das 4 mulheres admitidas na American Society of Cinematographers (só isto já daria assunto de conversa, mas adiante...) ganhou em Sundance, este ano, o prémio de melhor fotografia. Com um caríssimo aparato de 35mm? Não. Com uma câmara miniDV. Armadilhada, é certo. Mas ainda assim...
Ler para avançar:

"Veteran director of photography Nancy Schreiber A.S.C. was recently honored with the Excellence in Cinematography Award at the 2004 Sundance Film Festival for her ?exceptional photography? on the drama November starring Courteney Cox, James Le Gros and Anne Archer, and directed by Greg Harrison. ?November,? produced by IFC Productions? digital initiative InDigEnt and Map Point Pictures, was shot with Panasonic AG-DVX100 Mini-DV 3-CCD camcorders.
For Schreiber (only the fourth woman voted into membership into the American Society of Cinematographers), this is her second Cinematography Award from Sundance, having shared the 1997 prize for My America?or Honk If You Love Buddha. Among her many other accolades are a Kodak Vision Award, an Emmy nomination (HBO?s ?Celluloid Closet?), and an IFP Spirit Award nomination for her striking work on Chain of Desire, starring Linda Fiorentino and Malcolm McDowell. Other projects include ?Your Friends and Neighbors, directed by Neil LaBute, starring Ben Stiller, Amy Brenneman and Jason Patric; and Loverboy, directed by Kevin Bacon, starring Kyra Sedgwick, Sandra Bullock, and Matt Dillon. She has shot more than 100 music videos for such recording artists as Aretha Franklin, Billy Joel, Sting, Van Morrison and Reba McIntire. In 2000, Schreiber was named one of Varietys ten top DPs to watch.
From a script by first-time screenwriter Benjamin Brand, November, which had its premiere at Sundance, stars Cox as Sophie Jacobs, a photographer who is stricken with feelings of guilt and sadness when her boyfriend is murdered during a robbery. Haunted by a belief that she could have somehow prevented the death, Sophie soon begins to see things that should not be there, and is forced to question the reality around her. The New York Times took note of Schreiber's inventive digital camerawork on this noirish puzzle drama.
Familiar with her work, filmmaker Harrison approached Schreiber and invited her to DP November. Impressed by the script and Harrison's commitment to make the movie a visually rigorous and artistic statement, Schreiber was engaged, but concerned about the technical limitations of DV shooting, which clearly would be dictated by the production budget. I am primarily a film DP, and was concerned about resolution, or sharpness, when shooting November on small, mini DV cameras, then taking the product out to film, she recalled, but I was very interested in the AG-DVX100's 24p capabilities and its Leica lens. At that point, I'd only heard about the camcorder, but we tested it, and were impressed with its color handling, and my ability to control contrast and work in a totally manual mode. I particularly liked the ability to shoot at 1/24th sec shutter speed, which meant I could shoot inside or outside at night, with much less light. The camera also handled the highlights well, with a beautiful burn-out, and fewer artifacts than other similarly priced cameras.
The breakthrough AG-DVX100 is a unique Mini-DV 3-CCD camcorder with exclusive CineSwitch? technology that supports 480i/60 (NTSC), cinema-style 480p/24fps and 480p/30fps image capture. Panasonic is now delivering an upgraded version of the AG-DVX100, the AG-DVX100A, with more than 20 new features.
"November" was shot in and around Los Angeles over the course of 15 days last May. The production used two AG-DVX100s, with an occasional third camcorder utilized for pick-up shots.
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recebido via net

"Um velho árabe muçulmano iraquiano, a viver há mais de 40 anos nosEUA,quer plantar batatas no seu jardim, mas cavar a terra já é um trabalho demasiado pesado para ele. O seu filho único, Ahmed, está a estudar emFrança, e o velhote envia-lhe a seguinte mensagem:"Querido Ahmed:Sinto-me mal porque este ano não vou poder plantar batatas no jardim. Jáestou demasiado velho para cavar a terra. Se tu estivesses aqui, todos estes problemas desapareceriam. Sei que tu remexerias e prepararias toda aterra.Beijos, Papá"
Poucos dias depois, recebe a seguinte mensagem:"Querido pai:Se fazes favor, não toques na terra desse jardim. Escondi aí umas coisas.Beijos, Ahmed"
Na madrugada seguinte, aparecem no local a polícia, agentes do FBI, daCIA, os S.W.A.T., os Rangers, os Marines, Steven Seagal, SilvesterStallone e alguns mais da elite estadunidense, bem como representantes doPentágono, da Secretaria de Estado, do Mayor, etc. Removem toda a terra do jardim procurando bombas, ou material para as construir, antrax, etc.. Não encontram nada e vão-se embora, não sem antes interrogarem o velhote, que não fazia a mínima ideia do que eles buscavam.
Nesse mesmo dia, o velhote recebe outra mensagem:"Querido pai:Certamente a terra já está pronta para plantar as batatas. Foi o melhorque pude fazer, dadas as circunstâncias.Beijos, Ahmed"
DEMOCRACIA

Enquanto descíamos a Avenida da República, um amigo afirmava-me, para meu espanto, que acredita na existência da Democracia. No estado harmonioso, em que as forças sociais têm um peso equivalente, os tribunais aplicam imparcialmente as leis, as grandes empresas não interferem nos discursos dos políticos nem nas decisões editoriais dos jornais, em que a maioria das pessoas está disposta a aceitar a convivência pacífica com os que vivem de acordo com ideias diferentes das suas... Confesso que fiquei siderado, por me parecer evidente que o Estado em que vivemos se comporta como um corpo dominado pelas bactérias que o habitam: um dia podem estar a ganhar as que vêm nos anúncios dos iogurtes, mas enquanto isso, as patogénicas mordem o que apanham, provocam gases e arrotos, sonhando que o paraíso acontecerá no dia em que o corpo cair no chão. E elas se espalhem, se espalhem...
No fundo, tudo isto não passa de uma convulsão intestinal.
SOZINHO EM CASA

Na Sic Notícias discute-se a ideia dos conservadores britânicos em financiar as mães que queiram ficar em casa a tomar conta dos filhos. Calculo que a notícia esteja a ser tratada porque o cds queira apresentar a proposta e comece a semear o terreno, via media. Contudo, parece-me haver alguma bondade na ideia. Lembro-me sempre da frustração que foi colocar um certo rebento num infantário quando nos apetecia ficar a tratar dele. Mas como o fazer se os donos dos empregos não estavam preparados para fornecer a nenhum de nós um horário flexível que permitisse a alternância? Parece-me excessivo o princípio da subvenção total do que foi a decisão de um casal. Nenhum de nós deverá ser obrigado a sustentar a numerosa prole do D.Duarte. Mas, se ele quiser ser ajudado financeiramente para que reine apenas das 14 h às 20h sem passar fome, estou disponível para aceitar a concessão de um apoio.
Sim, alguma coisa deve ser feita para acabar com o crescimento solitário e desamparado nos novos portugueses. E sim, algum desconforto financeiro deverá prevalecer (se for caso disso) quando se decide suspender o trabalho em prol da família. São escolhas.

14 de novembro de 2004

RYAN

Nem sempre os prémios do Cinanima recolhem a concordância geral. Não é o caso deste ano. O grande prémio foi para "Ryan", de Chris Landreth. Uma maravilhosa homenagem (misturando um virtuosismo técnico a um argumento bem calibrado) ao animador Ryan Larkin (que vive nas ruas de Montreal). Mais detalhes aqui.

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13 de novembro de 2004

ANIMAÇÃO (de Espinho)
Este ano está sol. E o mar continua cá, logo depois da linha férrea.
Sobre os filmes é sempre complicado falar. Apetece sempre pôr a coisa em termos de Melhor e Pior.
Sem isso, registo que gostei bastante de"Peixes", de Mirek Nisenbaum, ou como o Titanic permite sempre novas versões. "1916", de Fabien Bedouel (já visto no Indie) reconfirmou os seus méritos.E ainda "Le portefeuille" de Vincent Bierreweaerts ou como um homem se pode desdobrar sem deixar de ser ele (citando o poeta favorito dos brasileiros, portanto...). As deliciosas entrevistas de Nick Park "Creatures Confort" deixaram o público morno, sem perderem a sua genialidade. Ou serei eu que adoro ver bichos a falarem como homens...

10 de novembro de 2004

está frio. não sei se isto já é inverno, nunca soube quando é que poderíamos deixar de ficar tristes com o strip das folhas e começar a bater dente... não sei essas coisas; falta-me o gosto para verificar as autorizações. mas de onde escrevo é inverno, mesmo se não foi um dia desprovido de lareira, ou pequenos fogos que foram ardendo junto às horas e às coisas com que as preenchi. é inverno porque o meu gato diz que sim e se esconde por baixo de tudo o que se assemelhe a um cobertor. e os bichos sabem sempre melhor do que nós o nome das estações e as coisas que contam na vida: o corpo abrigado, o sexo quando faz falta e o roçar diário - várias vezes ao dia, até - pelas pernas de quem se gosta. está frio. encolheram-se-me as maiúsculas.
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9 de novembro de 2004

TV E POLÍTICA

Na TVE internacional o ministro da justiça espanhol debate com pessoas de diferentes quadrantes algumas das medidas mais polémicas a que se propôem. Da iluminação perfeita, ao som cristalino da televisão pública, passando pela maneira educada, moderna e viva como o debate foi conduzido e mantido por todos, recebo em cheio na cara a qualidade dos debates políticos que nos servem. E dos que se intitulam como nossos políticos.
Era como se estivesse a ver comer um jantar refinado de cinco pratos, enquanto no meu país me servem batatas frias com bife duro da véspera...
DOURAR A PILÚLA

O delegado de propaganda médica que acusou a mãe da Aspirina de andar a assediar médicos com luvas não-cirúrgicas estará maluquinho. Segundo a informação que o Correio da Manhã comprou a um funcionário do Tribunal, o homem andaria a telefonar a si próprio e ao advogado mega-esquerdino (esta última parte parece-me a mais assustadora, já que não consigo imaginar ninguém com vontade de telefonar ao Garcia Pereira...). Ou me engano muito, ou isto ainda acaba com a Bayer a perdoar ao seu agapito, alegando que só um tipo que toma os seus medicamentos de forma intensiva se lembraria de alegar que eles fariam o que fosse preciso para aumentar os milhões que ganham com a desgraça humana...

PRAXES

O caso da rapariga que não achou graça ser assaltada pela trupe fadanga do Instituto Agrário foi parar a tribunal. A senhora do Conselho Directivo lá se veio mostrar surpreendida, já que a rapaziada tinha sido castigada na altura com 15 dias de férias. E alguns estudantes actuais também vieram mostrar-se indignados com tanta falta de consciência sobre o que são as alegrias do estudo. Mas a melhor veio de um senhor que lá trabalha que disse com ar de desprezo: "esfregar estrume na cara é normalíssimo!". Sim e decapitar gente na Arábia Saudita também.
CANAL MEMÓRIA

Primeiro dia que o avisto e já me foi útil: fiquei a saber que a Helena Ramos ainda estava viva e a ganhar ordenado na RTP. Sabe Deus quem mais desenterrarão eles do mausoléu...

7 de novembro de 2004

Falta-me o tempo debaixo dos pés...
ANIMAÇÃO

Para os apreciadores de filmes de animação está a chegar a época da caça. O Cinanima (Festival de Cinema de Animação de Espinho) começa na próxima semana. Para quem gosta de curtas ( este ano, vão estar presentes algumas longas com interesse, igualmente), vale a pena rumar a Norte (ou a Sul, para os amigos da ponta superior do rectângulo) e ir passar lá uns dias. O cinema é bom, a seleccção também, as pessoas são acolhedoras e - por Zeus!- come-se bem, ou não estivéssemos em terra de bom garfo :)

INIMIGO PÚBLICO

Está cada dia melhor, o suplemento do Público. O dossier do J.Pina sobre a "Task force" para eleger um papa português, esta semana, foi de mais. Lol!
O cartoon do A. Jorge Gonçalves representando o presidente da América montado num elefante que esmaga gente, também está óptimo. Ou não fosse ele um nos melhores artistas gráficos portugueses.

LIVROS

Reparo, agora, que ultimamente não falo de livros. Como se não lesse. De filmes, sim, do país idem, mas de livros não. E contudo, tenho sempre alguns à cabeceira e outros à mão, enquanto desespero pelos/nos autocarros. Deve ser aquela coisa de não precisar sempre de estar a falar no nome dos amigos verdadeiros. Estando eles sempre connosco.

4 de novembro de 2004

PICKLES

Estive a pensar sobre a energia dos Conservadores. E parece-me que tal como os que querem a mudança em direcção ao futuro também eles se prontificam em puxar a carroça dos dias. Por lapso, foram presos ao contrário. Mas que diabo: quem nunca se enganou na direcção que atire a primeira maçã!

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PROMOÇÕES

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Só no outro dia, ao vê-lo na sua visita à Fraca Autoridade para a Comunicação Social, é que me apercebi que o Luis Delgado já tinha trepado até ao topo da PT (foi bonito ver toda a gente a jurar que o poder económico nunca iria interferir para favorecer um governo que o idolatra...). Ainda bem para ele, pois parece-me simbolizar bem o momento que o país atravessa.
Agora... se o Paulo Cardoso ou a Maya vierem reclamar postos iguais por serem tão bons adivinhos como ele, não se admirem...
ELOGIO DA DELAÇÃO

Muito bem terá feito o enfermeiro que denunciou a desgraçada de 17 anos que abortou. Quando morrer vai ser recebido no Céu pelos meninos do PP, de gravatinhas azuis e asas muito lavadinhas. E com um bocadinho de sorte, ainda pode entrar para criadito da Nogueira Pinto, na sua mansão celestial.
Quanto aos que se indignaram com a denúncia, peço um pouco de caridade: o senhor não tem culpa de ter saltado na escola, a parte que referia o direito do doente ao sigilo. Ou até, todo o capítulo de ética.
SUPER SIZE THEM

A América está mais busha.

1 de novembro de 2004

DOC LISBOA

Por razões de algum desânimo moral e de excesso de trabalho só pude assistir aos filmes de abertura e de encerramento. Mas pelo que fui constantando o festival correu muito bem. Cerca de 15000 pessoas assistiram aos filmes.
Gostei da cerimónia de encerramento. Por estar cheia e porque serviu entre outras coisas para várias pessoas se manifestarem sobre o momento político que atravessamos e da forma como o documentário deverá ser cada vez mais uma forma de revelar o presente em vez de urna das coisas passadas. O jovem realizador premiado com o seu documentário sobre Cesariny (não fixei o nome, mas já vou ver e corrijo...) fez uma declaração interessante que nos remeteu para a nossa passividade. O aplauso que se seguiu é bem revelador da forma como um governo cretino nos está a obrigar a radicalizar o discurso...
O filme de encerramento, O MUNDO SEGUNDO BUSH, não é brilhante. E tendencioso. Mas ainda assim cumpre uma missão de alerta a que não podemos ficar indiferente. Uma saudação aos programadores da RTP que tendo lido o programa do DOC acharam que passar NA MESMA NOITE esse documentário era uma ideia brilhante... Enfim... São artistas portugueses e ainda devem lavar as dentaduras com Pasta Medicinal Couto.
KISS ME 2

A fotografia é óptima, a música adequada e a modelo-protagonista portou-se bem. Erro clamoroso de casting na figura da mãe, que atira com ar pugente "Volta para o teu marido, Laura" (a frase é minha, de facto, embora dita por esta actriz tenha soado como se um dos Távoras estivesse a gritar do garrote). A reconstituição também está bem.
E, aqui e ali, o realizador conseguiu convencer-nos com aquela Laura-Rose, perversa e bela.




KISS ME 1

Não assisti à rodagem, nem à montagem do filme de António da C. Telles, ao qual emprestei (como outras pessoas) o meu nome enquanto argumentista.
Depois da antestreia, com toda a serenidade, gostaria apenas de me demarcar do resultado final. O argumento que vemos transportado em imagens está longe do que me foi solicitado e cumprido. Foi adulterado em excesso, carregado de diálogos simplistas e evidenciado no acumular de personagens.
Agradecia que sempre que se referissem a este filme, no que toca à estrutura e diálogos, omitissem o meu nome. É que não fui tido nem achado naquilo que chegou aos actores.